Tripé macroeconômico: o que é, como funciona e qual a sua origem?

O tripé macroeconômico é uma forma de descrever três diferentes medidas que formam um suporte para o equilíbrio da economia.

Estas três medidas surgem de políticas econômicas diferentes: Política Monetária, Fiscal e Cambial. Delas, o tripé é formado por estratégias de controle da inflação, controle dos gastos públicos e o câmbio flutuante, respectivamente.

Enquanto o Banco Central segue metas para a inflação e mantém o câmbio livre para tomar valores de mercado em dólares, o governo deve assegurar um controle dos gastos, definindo metas fiscais.

Para os defensores dessas medidas, manter metas bem estabelecidas possibilita ao país seguir em um caminho de crescimento econômico e estabilidade.

Como o tripé macroeconômico é formado?

O tripé macroeconômico é composto por metas que controlam a inflação através das taxas de juros, contando com um regime de câmbio flutuante e a responsabilidade fiscal.

Estas metas em conjunto demonstram com mais clareza os objetivos que o governo possui quanto às políticas econômicas que deve tomar.

Metas para a inflação

A inflação possui metas anuais que são seguidas pelo Banco Central todos os anos. Para haver este controle, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) define a taxa de juros que possibilita atingir a meta na economia.

Esta medida é feita para que a inflação esteja estabilizada entre períodos de recessão, quando tende a ser mais baixa, e crescimento, quando a tende a se elevar.

Câmbio flutuante

O câmbio é flutuante quando a taxa de câmbio se altera livremente conforme a oferta e a procura por reais. Por exemplo, um aumento na procura por dólares faz com que o real diminua o seu valor perante a moeda norte-americana.

O Banco Central intervém no mercado cambial apenas em casos em que o real está ameaçado de grande volatilidade.

Um regime de câmbios flutuantes permite que o balanço de pagamentos se equilibre, enquanto a instituição tem mais independência ao definir a taxa de juros.

Tanto as metas para inflação, quanto o regime de câmbios flutuantes, passaram a ser definidos em 1999. Anteriormente o Brasil adotava um regime de bandas cambiais, quando a taxa de câmbio era praticamente fixa com o dólar.

Metas fiscais

A medida que complementa o tripé vem da parte do governo, que deve estabelecer metas do quanto deve arrecadar e gastar durante o ano.

O resultado ideal acontece com o superávit primário, quando o governo gasta menos do que arrecada, neste caso não considerando as despesas com juros da dívida. A meta também pode prever um déficit, com as despesas maiores que as receitas.

No final, o importante é indicar que a meta foi cumprida e que o governo consegue passar credibilidade em atingir a meta estabelecida.

Como surgiu o tripé macroeconômico

Esta expressão surgiu durante o início do segundo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1999.

Neste ano foi indicado para presidente do Banco Central, Armínio Fraga, economista que foi responsável pela ideia e prática das medidas do tripé.

Até aquela época, o Brasil adotava um regime de câmbio fixo com o dólar, que se tornou insustentável por conta da intensa procura por dólares.

O surgimento do tripé macroeconômico sugeria a passagem para o regime cambial flutuante, e a desvalorização da moeda brasileira, sem deixar de lado a preocupação em ter uma inflação bem controlada.

Conheça as políticas econômicas por trás desta estratégia:

Saiba também o que foi e como aconteceu o Plano Real.

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