O que é Deflação?

O que é deflação

A deflação acontece com a descida generalizada dos preços de uma economia em determinado período. Uma deflação pode ser reconhecida como o processo reverso à inflação.

A queda dos preços é comum em situações em que a economia desacelera ou entra em recessão. Se a deflação é registrada em longos períodos, é um sinal de risco para a economia.

A deflação não deve ser confundida com a desinflação. Esta última é a diminuição dos valores observados para a inflação durante um período, ou seja, continua a haver aumento dos preços, mas com uma menor aceleração.

Exemplos

Um resultado de deflação, é um resultado de inflação negativa. Isto ocorreu no Brasil nos meses de abril e maio de 2020, por exemplo. Foram registrados os valores de -0,31% e -0,38%, respectivamente, segundo dados da inflação oficial do Brasil, o IPCA.

Entre os maiores exemplos de deflação no período recente poderá estar a ocorrida na zona do euro sentida após a crise de 2008 e em crises de dívidas em países europeus.

Durante o período deflacionário, o Banco Central Europeu promoveu constantes descidas em sua taxa de juros oficial, chegando ao nível zero. Com isso, teve de recorrer a estratégias de política monetária conhecidas como "não convencionais".

Como acontece uma deflação

Os preços de uma economia são medidos constantemente de acordo com uma quantidade fixa de bens e serviços adquiridos pelos consumidores.

Para um período, a média de todos os preços forma um nível geral. No próximo período, a análise com os mesmos produtos indica se o nível de preços aumentou ou diminuiu. Se estiver menor que antes, houve uma deflação. Quanto uma deflação acontece, grande parte dos preços da economia estão em queda ao mesmo tempo.

Este efeito pode ser comum durante crises econômicas, em que existem reduções generalizadas na procura de bens e serviços na economia e as empresas baixam os seus preços.

Na economia, a deflação pode ser persistente e os preços continuarem a cair enquanto as empresas não conseguirem vender os seus estoques. Este conceito está mais ligado aos ciclos econômicos.

Uma deflação também pode ocorrer caso exista um aumento da produtividade de toda a economia. Este contexto permite que muitas empresas consigam cobrar preços mais reduzidos, enquanto a emissão de moeda não acompanha o processo.

Riscos e consequências da deflação

A deflação pode acontecer de maneira pontual, normalmente em um mês, ou pode se repetir durante meses ou até anos.

Uma queda de preços que ocorre de maneira contínua, é indicação de que existe um "vício" dos consumidores a pouparem.

Quando uma economia entra em recessão, a produção diminui à medida que a demanda por consumo e investimento se reduzem.

Enquanto os preços continuam em queda, mais difícil se torna a recuperação da economia. Além disso, a curto prazo, a inflação muito reduzida ou em deflação está relacionada ao desemprego, segundo a teoria da curva de Phillips.

Ainda assim, a deflação pode não ocorrer durante uma recessão. Alguns países ainda contam com uma inflação elevada, por vezes uma hiperinflação, que em momentos de crise passam apenas por uma desinflação.

Um outro cenário é o da estagflação. Acontece mais raramente e se provou contrária à curva de Phillips. Neste caso a economia passa por queda no seu Produto Interno Bruto, elevando o desemprego, e aumento da inflação em simultâneo.

Diferença entre deflação e inflação

A inflação e a deflação são resultados da medida de um índice de preços para a economia em certo período.

Quando o resultado do índice é maior que o do período anterior, houve um aumento percentual que se traduziu em uma inflação. Do contrário, o percentual negativo é uma deflação.

Enquanto a inflação é o aumento generalizado dos preços da economia, a deflação ocorre com a redução dos valores de bens e serviços, ponderado pelo índice calculado.

Na maioria dos países, a inflação é controlada pelos bancos centrais por meio de metas a serem alcançadas dentro do período anual.

Os valores adotados variam entre os 2% e 3%. São consideradas medidas em que o poder de compra não é reduzido por altas inflações, nem a economia é perturbada pela deflação.